Mundial de Budapeste: Maria Portela fica em sétimo e vê evolução emocional para Jogos Olímpicos


Um Campeonato Mundial a apenas um mês dos Jogos Olímpicos é um fato inédito na vida dos atletas, até mesmo daqueles mais experientes, como a peso médio Maria Portela, que lutou nesta quinta-feira, 10, em Budapeste, e terminou a disputa em 7º lugar. Além da proximidade com o evento mais importante do ciclo, a competição define também a classificação olímpica ou não de muitos judocas, o que traz uma carga emocional gigantesca para os combates na Laszlo Papp Arena.  

Em sua primeira luta na competição, Portela Judoca natural de Júlio de Castilhos e revelada em Santa Maria, sentiu com uma espécie de termômetro, o que está por vir em Tóquio. Atual número 9 do mundo no peso médio feminino, a brasileira chegou como cabeça de chave e estreou na segunda rodada, contra a italiana Alice Bellandi, que ainda precisava de pontos para se garantir nos Jogos. E Portela buscando sua primeira medalha em Mundial. Resultado: quatro minutos de tensão a cada hajime. Uma derrota nesta fase poderia significar o fim do sonho olímpico de um lado, e de um sonho mundial do outro.  

Neste caso, os quase dez anos a mais de experiência pesaram a favor de Portela, que conseguiu controlar os nervos e projetou a italiana por waza-ari nos primeiros segundos do Golden score. Agora, sim, o Mundial começava para ela.  

“A competição toda me traz muitos aprendizados. Mas, com certeza, essa primeira luta muito mais. Porque a gente sabe que nos Jogos Olímpicos vai um grupo pequeno e que todo mundo ali é capaz de te vencer. É uma competição muito emocional. Eu aprendi muito hoje nessa luta com a italiana, porque eu respeito muito ela como adversária, ela é uma atleta bem forte, a gente já fez lutas bem disputadas e chegou um determinado ponto da luta que eu pensei `sou eu, eu que vou te vencer, eu vou te jogar`, ficava repetindo isso o tempo e, consegui. Tinha dois movimentos para surpreende-la e foi num desses que consegui, venci a luta e depois ficou mais leve”, descreveu ao final dos combates. “A primeira luta é bem emocional, tu tens que resolver todo o nervosismo de ser uma primeira luta, com uma adversária super forte e colocar para fora o teu melhor ali. Espero que nos Jogos Olímpicos a minha primeira luta não seja tão tensa, que eu consiga entrar realmente na competição e que saia um pouco mais feliz do que eu saio daqui hoje.” 

A felicidade não foi completa porque o tão esperado pódio não veio. Depois de vencer Bellandi, Portela superou Nihel Lindolsi, da Tunísia, por ippon, mas parou em Yoko Ono, do Japão, nas quartas, e não conseguiu se recuperar na repescagem pelo bronze diante da irlandesa Megan Fletcher.  

Com o sétimo lugar, ela repete seu melhor desempenho em Mundiais, o segundo melhor do Brasil nesta edição, e deve garantir-se como um das cabeças-de-chave para Tóquio.  

“Jogos Olímpicos é totalmente diferente de todas as outras. Tenho que lutar com todo meu coração, toda minha entrega. E eu acredito muito na vitória. Muito mesmo, de verdade. Hoje, tive a certeza que eu sou capaz de chegar, de estar naquele pódio. Foram pequenos detalhes que me tiraram desse pódio do Mundial, mas não vou deixar de jeito nenhum, a minha medalha olímpica, nesses Jogos, ninguém vai me tirar”, projetou.  

 

Fonte e foto Confederação Brasileira de Judô: (Divulgação)