HUSM passa a oferecer cirurgias oncológicas radioguiadas pelo SUS


Na quarta-feira, 28 de fevereiro, o Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) passará a oferecer cirurgias oncológicas radioguiadas pelo Sistema único de Saúde (SUS). A aquisição do Gamma Probe (aparelho portátil composto de sonda de detecção e sistema de registro digital da radiação gama) irá possibilitar que pacientes com câncer de pele e mama sejam beneficiados com a localização do linfonodo sentinela.

– É um aparelho pequeno, uma técnica simples e que faz toda a diferença para o paciente. Por que diagnosticar o linfonodo sentinela? O paciente tem um tumor, se esse tumor for se espalhar pelo organismo, o primeiro lugar que ele vai é o linfonodo sentinela. Antes do equipamento, não tínhamos como saber qual era o linfonodo sentinela. O paciente ia para cirurgia e em vez de tirar um linfonodo, tirava vários. Quando se retiram vários, no caso de paciente com câncer de mama que os linfonodos ficam na axila, a paciente pode apresentar edema no braço, entre outras complicações – explica a médica nuclear Maria Cecília Gabbi.

Como o aparelho é usado na cirurgia –

No Serviço de Medicina Nuclear, antes do paciente ir para a cirurgia, o médico nuclear fará uma injeção intradérmica próximo ao tumor.

No bloco cirúrgico, já durante o ato operatório, a equipe médica passará a sonda do gamma probe (detector extremamente sensível a radioatividade) sobre o corpo do paciente. Quando encontrar o linfonodo sentinela, o equipamento irá emitir um sinal sonoro (apito) indicando o seu exato local. A técnica ajuda a direcionar o local para retirada do nódulo, diminuindo o tempo cirúrgico, o tamanho da incisão e a manipulação desnecessária do paciente.

– A gente retira o linfonodo e encaminha para análise, para ver se tem metástase. Se tiver, retira todos, e define o tratamento do paciente: quimio e radioterapia. Se não, não remove sem necessidade – afirma Maria Cecília.

O estado do nódulo sentinela reflete o estado de todos os outros gânglios. Ou seja, se este não apresentar metástase, a chance de o restante da cadeia estar comprometida é muito baixa. Essa informação é importante para o médico, pois a retirada de uma grande quantidade de gânglios pode desencadear efeitos indesejados, como diminuição da mobilidade nos braços, edemas e problemas estéticos nos pacientes.

A quantidade de material radioativo injetado antes da cirurgia é muito pequena e é eliminada através da urina do paciente, sem causar risco para ele e para os demais.

Além disso, muito em breve o equipamento estará disponível para uso em outras áreas, como cirurgia de cabeça e pescoço para auxílio de retirada de paratireoide.

Informações e foto Portal Ebserh ( HUSM) Legenda da Foto:

Médica Nuclear, Maria Cecília Gabbi, mostra o aparelho que começará a ser usado na próxima semana.