Coluna61: Estrada Iluminada: Nilton Moreira: Apego material e poder.


Planejar o futuro de certa maneira pode parecer válido quando temos metas no curto prazo. Já planos que enveredam pelos anos são meras projeções que servem apenas para mostrar aos outros que o futuro está idealizado, pois na maioria não se concretizam.
Disse um filósofo que devemos viver intensamente o presente, já que o passado não volta e o futuro é o hoje que já chegou. O apego aos bens materiais para demonstrar cada vez mais poder nos faz deixar de usufruir possibilidades ou permitir que outros usufruam além de nos escravizarmos a exemplo daquelas pessoas que vão ao banco diariamente consultar o saldo, mesmo tendo aplicativo que podem ver a distância, mas não se contentam, tem de irem conversar com alguém do banco para saber como as “coisas” estão, e aproveitam para “filar” um cafezinho.
Aglomeramos riquezas e deixamos de levar ou proporcionar uma vida mais confortável aos nossos familiares próximos! Privarmo-nos do conforto, do laser, do comer melhor, de vestir melhor ou auxiliar o próximo são formas íntimas de exteriorizar o egoísmo.
Na realidade, toda a fortuna e bens materiais que acumulamos se terminam no momento que retornamos a pátria espiritual, pois na partilha a fortuna fragmenta-se deixando de ser riqueza para se tornar frações que serão administradas pelos que ficaram, e às vezes com outros objetivos e finalidades que seriam abominadas pelo então acumulador.
Viva o hoje sem acumulação. A justificativa de juntar para deixar aos filhos é desculpa para esconder o apego à matéria e ter cada vez mais centralização de poder. Proporcione a outrem o que é mais importante, a possibilidade de alcançar o conhecimento através do estudo, cursos, assim se tornarão autossuficientes e conquistarão a sua própria fortuna.
0 Planeje, mas com objetivos concretos, sem utopias. Jesus quando esteve aqui nos ensinou e demonstrou procederes, e naquela ocasião disse: “não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam, porque onde estiver o vosso tesouro, ai estará também o vosso coração”. Estas palavras embora tenham sido ditas há quase 2000 anos devemos vivenciar cada vez mais, pois só assim quando retornarmos ao plano espiritual menos ansiedades nos acometerá.
Desenvolvamos neste ano recém chegado a capacidade de menos apego material. Paz a todos.

Nilton Moreira