Cineasta, Tupanciretanense filma série “Chuteira Preta” em Porto Alegre


Conhecido e reconhecido com um dos diretores mais talentosos da atualidade no Sul do País, Paulo Nascimento é um dos realizadores que tem apostado em produções que transcendem as telas dos cinemas. Nascido em Tupanciretã, em 1964, tornou-se cineasta, produtor e roteirista e enfrenta, neste momento, um desafio importante: realizar 13 episódios da nova série “Chuteira Preta” que está gravando, com o prazo de seis semanas, para o canal de TV por assinatura Prime Box Brazil.

As questões de prazo já fazem parte do DNA do diretor, que cursou a faculdade de Jornalismo na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Sócio da Accorde Filmes, Paulo Nascimento tem diversos trabalhos em longa-metragem, curta-metragem, séries de TV e documentários, além de trabalhos em publicidade. Já adaptou obras literárias, desenvolveu coproduções com a Argentina (“A Oeste do Fim do Mundo”) e acumula com orgulho indicações e premiações em festivais de cinema no Brasil e no exterior.

Em 2014 fez a série “Animal”, para o Canal GNT, gravada em Minas do Camaquã, no interior do Rio Grande do Sul. Nela, um dos atores que o tem acompanhado em vários projetos já estava presente. Edson Celulari, ator de larga trajetória no audiovisual brasileiro, encarnou personagens dirigidos por Paulo Nascimento, incluindo um no filme ainda inédito “Teu Mundo Não Cabe Nos Meus Olhos”. Aliás, a temática do futebol está presente, tanto no longa quanto na série em produção.

As gravações de “Chuteira Preta” incluem cenários de Porto Alegre, e das cidades da Região Metropolitana de Eldorado do Sul e de Guaíba. A temática inserida no universo do futebol conta a história do jogador Kadu, interpretado por Márcio Kieling. O atleta, após uma carreira de sucesso em times do exterior e uma volta desastrosa ao futebol brasileiro, decide retornar às raízes. No elenco estão ainda Nuno Leal Maia, Kadu Moliterno, Nicola Siri, Marcos Breda, Zé Victor Castiel, Karin Roepke, Ingra Liberato, Rafael Sieg, Alan Souza Lima, Luiz Navarro, e a atriz Maria Zilda em participação especial, entre outros.

“Eu sempre achei curioso o fato do entretenimento norte-americano ter tantos filmes, séries, sobre mentor e pupilo e usarem o esporte como fonte de dramas e nós praticamente nunca”, explicou Paulo Nascimento, entre uma gravação e outra. Ele relembra a máxima que já ouviu: filmes de futebol não dão certo no Brasil. “‘Chuteira Preta’ surgiu disso”, apontou, “desse espaço vazio em termos de temática na nossa dramaturgia. Quanto mais eu mexo no tema, mais possibilidades surgem”, pontuou, explicando que se trata de uma série que tem o futebol como pano de fundo, mas é um drama sobre pessoas em um ambiente conturbado, competitivo e desconhecido.

Paulo Nascimento faz também inovações conceituais na série. Trabalha sem luz alguma além da ambiental. “Isso busca outra estética, por vezes mais real e outras mais impactante, já que não estamos acostumados a isso”, resumiu, creditando o resultado à fotografia de Renato Falcão, que também foi responsável pelas elogiadíssimas imagens de produções que ganharam o mundo, como “Rio”, “A Era do Gelo” e “Touro Ferdinando”.

Fonte Jornal Correio do Povo foto por Renato Falcão / Divulgação / CP