Caminhada, vigília e homenagens marcarão sete anos do incêndio na boate Kiss


A tragédia na boate Kiss completa sete anos na próxima segunda-feira (27). Como acontece anualmente, desde que o incêndio ocorreu, em 27 de janeiro de 2013, uma programação de atividades e homenagens está sendo organizada pela Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM).

Intitulada “Janeiro 27: sem justiça não há futuro”, a programação, conforme o presidente da associação, Flávio da Silva, será mais enxuta do que nos outros anos, mas marcará “os longos sete anos de espera” pelo julgamento dos réus no processo que apura as responsabilidades pelo incêndio. Estão previstas palestras, participação de sobreviventes e a tradicional vigília em frente à boate Kiss.

— Vai ser diferente por todos os sentidos. Ela vai marcar esses longos sete anos de espera pela decisão judicial. A programação vai ser mais enxuta em função do pouco tempo que tivemos para trabalhar nisso. O acompanhamento do processo judicial, dos recursos movidos e a nossa luta por justiça exigiram uma grande atenção nossa. E nós, da associação, não nos arrependemos de ter dado prioridade para isso neste momento — destacou Silva, que perdeu a filha Andrielle no incêndio.

Nesta sexta-feira (24), data em que Andrielle Righi da Silva faria 29 anos, é realizada uma vigília na tenda dos familiares na Praça Saldanha Marinho. No dia do incêndio, a jovem foi à boate comemorar o aniversário de 22 anos com os amigos.

Silva ainda destacou que, como em todos os outros anos, as atividades para marcar os sete anos da tragédia carregarão as mesmas emoções, lembranças e homenagens de quem convive com um luto difícil de esquecer:

— Ninguém sabe por quanto tempo vai durar o nosso sofrimento da perda e do luto. A dor será para vida toda. O que tentamos fazer é ir se acostumando a conviver com isso.

Programação

A programação para marcar os sete anos do incêndio na boate Kiss começa no dia 26, às 20h30min, com a concentração de familiares e sobreviventes na Praça Saldanha Marinho. Depois, às 22h, começará o deslocamento do grupo até a boate, na Rua dos Andradas.

No local será feita a vigília que se estenderá durante a madrugada, sem horário fixo para terminar, e contará com momentos de oração e homenagens. Será também exibido um vídeo com depoimentos e mensagens de familiares, sobreviventes e amigos de vítimas.

No dia 27, data em que a tragédia que matou 242 jovens completará sete anos, a programação começa às 18h, também na Praça Saldanha Marinho. Logo na sequência, às 19h, está prevista uma roda de conversa com sobreviventes e familiares.

— Essa participação dos sobreviventes é muito especial. Ao longo destes sete anos nunca nos sentimos a vontade para tentar fazer com que eles se manifestassem em local público e principalmente em uma data que marcou a vida de todos. Foi de forma espontânea que o grupo de sobreviventes organizou essa parte da programação que contará com a participação e manifestação deles dando seus relatos pessoais — disse Silva.

Depois, estão previstas também palestras com o presidente do Centro de Valorização à Vida (CVV) Jorge Brandão e ainda com o jornalista e escritor Fabrício Carpinejar.

Fonte Portal GaúchaZH Foto reprodução redes sociais