Bife mais caro e mais saboroso do mundo com fazenda em J.Castilhos


Uma carne gorda, saborosa e que não faz mal à saúde. É assim que é definida pelos seus criadores a carne de Wagyu, uma raça de bovino que está abrindo um mercado importante no Rio Grande do Sul.

O Wagyu é originário do Japão. Chegou ao Brasil há cerca de 23 anos e está há pouco tempo no Rio Grande do Sul. Por aqui, já são cerca de 1,5 mil cabeças de gado que produzem uma carne de alto grau de gordura não saturada, isto é, que não faz mal à saúde. Enquanto peças com bom marmoreio apresentam grau médio 5, esta pode chagar até grau 8, dando maciez, suculência e sabor diferenciado.

Em Júlio de Castilhos, está localizada uma das três fazendas criadoras da carne no Rio Grande do Sul. A produção começou pequena, mas deu tão certo, segundo o produtor Marco Andras, que hoje já trabalha com 100% da carne na propriedade Invernada Santa Fé. “Temos muito mercado a ser explorado. Esse nicho premium tem um interesse muito grande no Wagyu”, conta Andras, que acredita também no cruzamento com outras raças. “Pelo simples fato de cruzar uma raça com Wagyu, a carne resultante já terá uma melhora significativa”, observou.

O preço, no entanto, não é tão convidativo. Um contrafilé está cotado em cerca de R$ 300,00 o quilo. No Japão, onde também é conhecida como Kobe Beef, pode chegar ao valor equivalente a R$ 2,5 mil.

O alto custo deve-se ao manejo. Na Ásia, os animais costumam ganhar massagem, recebem borrifos refrescante com saquê e bebem, inclusive, cerveja. Os criadores japoneses acreditam que massagem e álcool são os responsáveis pelo marmoreio da carne.

Na Invernada Santa Fé, o Wagyu ganha aveia, azevém e tifton, uma forrageira de alta qualidade. O gado é criado a pasto durante 24 meses, e na fase de terminação passa aproximadamente de 10 a 12 meses em confinamento, onde sua alimentação segue sendo 100% natural e sem adição de quaisquer componentes que interfiram no sabor da carne. A produção de Andras foi toda vendida para São Paulo. Até outubro, serão enviados 300 animais.

Fonte texto por Caren Mello Jornal do Comércio O Jornal de Economia do RS  Foto créditos MARCOS NAGELSTEIN/JC