127 anos de emancipação político-administrativa de Júlio de Castilhos


Os 127 anos de emancipação político-administrativa de Júlio de Castilhos, na região Central do Estado, estão sendo comemorados neste sábado 14 de julho, data em que, no ano de 1891, foi criado o então município de Vila Rica, desmembrado de São Martinho. A denominação mudaria para a atual em 1905, a fim de homenagear o seu mais ilustre filho – Júlio Prates de Castilhos -, falecido em 24 de outubro de 1903. Eleito pelo voto popular presidente do Estado, em 1893, “seu prestígio veio de sua cultura, sua cintilante inteligência e sua formação moral”. O patrono do município foi um dos mais influentes político da época, e um “estadista de raras qualidades”, como relata o pesquisador Firmino Chagas Costa em seu livro “Terra de Vila Rica”.
O município desenvolveu-se entre dois importantes polos: Santa Maria e Cruz Alta. A economia vocacionada para o setor primário está alicerçada na pecuária e agricultura, ocupando lugar de destaque na produção de grãos no Estado. A pecuária revela o alto nível do rebanho. Também os setores de agronegócio, comércio, indústria e serviços vêm registrando crescimento.

Júlio de Castilhos

O jovem município de Vila Rica ainda não havia completado seus 15 anos quando se decidiu por mudar seu nome. A ideia era homenagear Júlio de Castilhos, filho ilustre dessa terra, por isso, em 31 de dezembro de 1904, a cidade assume de vez o nome que permanece até os dias atuais. Porém, é preciso voltar um pouco mais no tempo para entender o que fez de Júlio tão especial a ponto de dar nome a uma cidade, já que é caso raro um município nomeado com um nome de pessoa que ali residiu.

Júlio de Castilhos nasceu em 29 de junho de 1860, na Fazenda da Reserva, situada em São Martinho, que na época ainda era distrito do Município de Cruz Alta. Estudioso e interessado em política, Júlio formou-se advogado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo – FDUSP, mas atuou com jornalista e político.

Filiado ao Partido Republicano Riograndense (PRR), sua força de líder logo o levou a assumir postos mais altos dentro da organização. Em 1891, ele elegeu-se para a Assembleia Constituinte, que seria responsável pela promulgação da Constituição do Estado.

Influenciado pelas idéias positivistas, Júlio redigiu praticamente sozinho a Constituição do Estado do Rio Grande do Sul e batalhou até sua aprovação. É a partir da promulgação deste documento que Júlio candidata-se à presidência do estado, cargo que ocupa duas vezes, em meio a golpes de estado, tensões políticas e da Revolução Federalista.

Texto e fotos livro “Terra de Vila Rica –História do Município de Júlio de Castilhos”, de Firmino Costa.